quinta-feira, 25 de março de 2010

Atenção ao pé esquerdo ao acordar!


Tem dias que você não sabe porque saiu da cama, né? Hoje foi um desses.
Acordei, naturalmente, atrasada pra faculdade. Corri, corri e ao final, depois de prontinha, saí de casa e bati a porta. Pena eu ter esquecido TODO o meu dinheiro e a chave em cima da mesa.

Não havendo outro recurso, apelei pra mamãe. "Ela tem uma cópia", pensei imediatamente.
Bati na casa da minha velha e nada de atender. Supus: ela foi ao mercado, logo volta.

Sentei-me quietinha na portaria pra não incomodar o ser que dividia o espaço comigo (não era outro homeless, era o porteiro, claro!). Pensamentos fervilhando na cabeça e puft, uma nova possibilidade: minha mãe pode ter ido com meu avô ao médico. Ahhh, aí não dá pra esperar! Liguei pro celular e... batata. Tava lá a véia com o mais véio ainda no médico.

Pensei em pedir dinheiro emprestado pro porteiro, mas logo vi que não ia adiantar muito.

Segui pra casa e pedi ferramentas emprestadas ao vizinho que, graças a Deus, se prontificou a arrombar a porta pra mim.

Já em casa, regastei meus parcos reais e a chave, seguindo voando pra faculdade, sonhando em chegar à tempo em uma aula que já havia acabado há algumas horas.

No meio do caminho, tinha uma pedra. Não, tinha um cachorro. Tinha mesmo, no passado. Minha mãe me liga, dizendo que, sem coragem de me contar, tinha escondido a morte do meu Pimpolho na noite anterior. Bom, já tava na merda mesmo, pensei: se eu chorar não tem problema. Tenho mais do que motivos pra isso hoje.

Firme, fingindo ser digna, não chorei. Deixei pra me debulhar quando chegasse em casa e relaxasse do dia estressante.

Até que tocou o telefone. Era o técnico da concessionária.

Não, eles não consertaram meu carro. Mais uma vez. Estou no aguardo da nova peça que, quem sabe, poderá consertar o ar condicionado do meu bibi.

Aí eu me dei o direito de chorar. Vai, Carol, ser gauche na vida...

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